Joan FONTCUBERTA: pelas bordas da realidade

A procura pela não idealização de lugares conduz a atividade artística pelas bordas da realidade comum. O fotógrafo Joan Fontcuberta (2010) ao viajar não fotografa lugares pitorescos com características de cartão postal. Em uma visita à Jerusalém, Joan estava com sua câmera passeado pelo muro das Lamentações (sem a intenção de o fotografar, já que de acordo com Joan, aquele muro era cartão postal), quando foi repreendido por um segurança, que o advertiu sobre ser proibido fotografar no momento da celebração judaica do Sukkot. 


Muro das Lamentações, Jerusalém. Foto: https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2015/07/1658903-religioes-mantem-jerusalem-como-principal-ponto-turistico.shtml


O segurança explicou que o ato de fotografar naquele momento era tido como trabalho e quem o fizesse estaria em pecado. Para o artista (2010, p. 17) aquilo “(...) por trás de uma regulação extremamente poética se camuflavam duas ideias muito interessantes para reflexão: a fotografia como trabalho e a fotografia como pecado.”

Fontcuberta, J. (2010). O beijo de judas. Espanha: GG.

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